Brasil conclui processo de adesão ao CERN, principal centro científico mundial
O Brasil alcançou um marco histórico ao finalizar o processo de adesão ao maior e mais avançado centro de pesquisa científica do mundo, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). Na sexta-feira (22), o governo brasileiro recebeu a notificação do Conselho do CERN, confirmando a conclusão dos trâmites necessários para a inclusão do país como membro associado. Com essa conquista, o Brasil se torna o terceiro país não europeu e o único nas Américas a integrar o CERN.
Essa adesão representa não apenas um avanço significativo na cooperação científica internacional, mas também um impulso para o desenvolvimento da ciência e tecnologia de ponta no Brasil. Os pesquisadores e cientistas brasileiros agora terão prioridade de acesso às instalações do CERN, além de oportunidades em posições de trabalho, cursos e estágios científicos oferecidos pela instituição.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, expressou sua satisfação com a inclusão do Brasil no CERN, destacando que o acordo fortalecerá a capacidade de pesquisa do país e promoverá a inovação nas empresas nacionais. Ela enfatizou que essa parceria é crucial não apenas para a comunidade científica, mas também para a indústria nacional, possibilitando a exportação de serviços de alto valor agregado. A ministra ressaltou ainda que esse processo, que se estendeu por 14 anos, contou com o apoio do Congresso Nacional e a decisão presidencial.
Por sua vez, o diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antônio José Roque, apontou os benefícios práticos dessa associação. Ele destacou que o CNPEM já colaborava com o CERN desde 2020, especialmente na área de supercondutores para o desenvolvimento do Sirius, o acelerador de partículas brasileiro. Com a adesão formal do Brasil, as empresas nacionais terão a oportunidade de fornecer equipamentos de alta tecnologia para o CERN, ampliando ainda mais a colaboração entre as instituições.
Localizado na fronteira entre a Suíça e a França, o CERN é reconhecido mundialmente pela sua pesquisa em física de altas energias. Fundado em 1954, o centro científico começou com a colaboração de 12 países e hoje conta com 23 estados-membros plenos e 8 associados. A extensão da possibilidade de adesão a países não europeus foi feita pela organização em 2010, e o Brasil iniciou seu processo de inclusão nesse mesmo ano.
A aprovação do Acordo de Acessão do Brasil ao CERN pelo Congresso Nacional em novembro de 2023 foi um passo crucial nesse processo. A publicação dos decretos presidenciais no Diário Oficial da União em março deste ano finalizou as formalidades legais para a entrada do Brasil como membro associado, garantindo-lhe privilégios e imunidades na colaboração com a organização.
Essa associação estratégica oferece oportunidades para aprofundar a cooperação em diversos setores importantes para o Brasil. A pesquisa realizada no CERN não só contribui para avanços científicos, mas também oferece soluções para desafios nas áreas da saúde, indústria e meio ambiente. A transferência de tecnologia e conhecimento entre o CERN e instituições brasileiras como o CNPEM promete impulsionar ainda mais a inovação e o desenvolvimento tecnológico no país.
Além disso, a associação do Brasil ao CERN proporciona acesso a matérias-primas especiais, como o nióbio, essencial para a fabricação de ímãs utilizados em aceleradores de partículas. Essa parceria não apenas fortalece a posição do Brasil na comunidade científica global, mas também abre novas oportunidades para o crescimento e avanço tecnológico do país.
Rodrigo Silveira, aos 46 anos, é um entusiasta de Tecnologia e Inovação. Sua paixão reflete não apenas em seu blog, coringa.tech, mas também na sua profissão de Product Owner, Gerente de Projetos e Analista de Testes . Um redator talentoso e visionário no universo tecnológico.